Dicas da ocultação da implementação
Quando falamos em ocultação da implementação, estamos nos referindo a um dos princípios mais importantes da programação orientada a objetos. Decidir o que deve ser exposto em uma interface e o que precisa permanecer oculto nem sempre é simples, mas existem orientações que ajudam a tornar essa escolha mais clara. O ponto central é entender que apenas os métodos destinados ao uso por outros devem compor a interface pública, enquanto aqueles que servem apenas para o funcionamento interno da classe devem permanecer ocultos.
Outro aspecto essencial é o tratamento das variáveis internas. Elas devem sempre ser escondidas, exceto quando se tratarem de constantes. Mais do que ocultas, recomenda-se que estejam acessíveis somente dentro da própria classe, garantindo maior segurança e evitando que detalhes internos de implementação sejam expostos de forma desnecessária. Esse é um conceito que será explorado de maneira mais aprofundada nas próximas aulas, mas desde já é importante compreender que abrir variáveis internas para acesso externo fragiliza o encapsulamento e expõe a estrutura interna da classe.
Existem linguagens, como o Delphi e o Borland C++, que permitem expor variáveis internas tratando-as de forma semelhante a métodos. Nesse caso, o acesso a uma variável pode ser entendido como a chamada de um método sem parâmetros, o que elimina a percepção de que se está manipulando diretamente um valor. Contudo, poucas linguagens orientadas a objetos oferecem essa característica.
Por isso, de modo geral, deve-se evitar criar interfaces que apenas repetem a representação interna com outro nome. Uma boa interface precisa representar comportamentos e funcionalidades de nível mais alto, abstraindo detalhes técnicos e apresentando ao usuário apenas aquilo que é relevante para a interação com o sistema. Dessa forma, a ocultação da implementação não apenas protege o código, mas também favorece a clareza, a manutenção e a evolução das aplicações.
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